segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Mudança

Pessoal, andei sumida, há um tempão. Foram muitas e muitas coisas no pedaço, acontecendo. Entre elas: Gente mudei! Só Deus e minha amada sabem o que rolou! Mudar potencializa o novo, o diferente. Tá legal, tudo muito bonitinho, mas vá mudar! Aff!!! Uma amiga me confidenciou que fazer sexo oral com uma parceira que acabou de escovar os dentes, é uó do borogodó! Você fica ali, esperta, disponível, aberta, com o coração descompassado, esperando o puro prazer, mas ai! Ui! De repente começa a arder tudo. E o que era o inicio de um prazer torna-se praticamente um inferno de ardor. Arde mesmo, que nem pimenta! Pois eu digo que mudar é igual! Então, lá estamos nós, todas contentinhas porque vamos para uma casa nova. Hummmm!!!! Mas aí começa a descortinar o que se guardou por anos. As caixas vão se enchendo e os espaços vão sendo tomados pelas inutilidades. Já reparou como a gente guarda inutilidade? Ah! Eu não só guardo inutilidades como tenho obsessão por fios, por cabos, por pedaços de coisas. Descobri que se eu quiser abrir uma loja de fios elétricos e cabos de PC ou de TV a Cabo, não precisaria me preocupar com estoque. Já estava tudo lá. Pois bem, também tinham cartas e escritos de anos, diga-se de 17 anos. Tralhas de 17 anos são difíceis de jogar fora. Mas juro que joguei! Até porque não tinha armários suficientes na nova casa para a muvuca. E mesmo jogando metade do que eu tinha fora, ainda fiquei no outro apartamento com os espaços atulhados de caixa. Aí surge uma outra obsessão: Preciso arrumar tudo e rápido, senão tenho pesadelos que estou sendo engolida pelas caixas! Gente é uma coisa! Minha amada e o irmão ficavam me olhando cansados só de me ver que nem uma locomotiva. Mas se vocês pensam que a mudança é só de casa já lhes informo que não! A mudança que está rolando no mundo é tão grande, mas tão grande que eu estou nesse roldão. Sinto-me como num furacão, achando que ta tudo ali, certinho, como sempre esteve e, cataplaft, nada mais está como antes. E eu fico assim, ainda sem saber como é que é. Meio solta, meio zumbi, tateando aqui e ali. Sem brincadeira gente, eu fico meio tonta comigo mesma. Tudo a meu redor muda, nem vou falar daquelas óbvias que nós sabemos tipo: Finanças que ruem, os USA com Obama, a Hillary daqui para ali não mudou não, está igualzinha. Mas meu novo bairro e minha nova casa me espantam! Sabe o que é? É que a gente vai para um novo bairro e fica que nem barata tonta sem saber onde é o que. E os supermercados? Caramba, eu passei 17 anos num bairro, numa casa e indo aos mesmos supermercados e não me dei conta de como eu era conservadora. Aff!!!!!! Agora, ir a outros supermercados fica-se mais que barata tonta, inteiramente perdida. E em busca de informações: Onde fica o azeite? Qual é o lugar do papel higiênico? Ai minhadeusinha! Perco o dobro do tempo dentro do mercado só para encontrar o que quero. Então, estou assim, muda de espanto com a mudança. Mas uma coisa eu digo, essa é que mudou e foi mágica e linda: Meu amor está a meu lado, vivendo o dia a dia, ou melhor, dizendo a “praia a praia” e como isto é bom! Ah e está bronzeadinha do sol de nossa linda Copacabana! Ilustração do instigante M.C.Escher