Pra quem não sabe, a ANVISA -Agência Nacional de Vigilância Sanitária -, é uma agência reguladora vinculada ao Ministério da Saúde do Brasil
É responsável pelo controle sanitário de todos os produtos e serviços submetidos à vigilância sanitária, tais como medicamentos - nacionais ou importados - e alimentos, além de ser responsável pela aprovação, para posterior comercialização e produção no país, desses produtos.
Além disso, em conjunto com o Ministério das Relações Exteriores controla os portos, aeroportos e fronteiras nos assuntos relacionados à vigilância sanitária.
É uma autarquia criada através da lei Lei n° 9.782 de 26 de Janeiro de 1999, no então governo do FHC cujo Ministro da Saúde era José Serra.
Se você for ao site da ANVISA verá as coisinhas bonitinhas que eles escrevem sobre si mesmos, as justificativas, sua missão etc.
No que me diz respeito por experiência própria, no que eu observo quanto a burocracia estúpida e engessante, quanto à liberação de novos empreendimentos, seus serviços na área da saúde brasileira deixam muito a desejar. Em todos os sentidos.
Tornou-se de autarquia ágil que deveria ser em uma instituição burocrática e limitadora dos pequenos laboratórios, das pequenas indústrias e daqueles pequenos empresários que desejam investir em sua criatividade, empresas estas, certamente que obedecem à lei e aos princípios de boas práticas.
Eu mesma fui vitima desta arrogante instituição.
Porem nem vou aqui relatar o absurdo que mais uma vez algo do governo FHC e José Serra, como legítimos representantes do tal do “neo-socialismo” fizeram com os pequenos empresários, incluso eu própria.
Vou tomar este espaço para falar do último absurdo da ANVISA. E suas mentiras, suas escusas ridículas para esconder seus burocratas ineficientes e sua constante ação de interromper a iniciativa de pequenos empreendedores brasileiros.
Os argumentos são os mais ignóbeis. inclusive a mentira, a farsa.
Quem ganha com tudo isso? Eis uma pergunta que não quer se calar.
Para o bolso de quem vai os dividendos deste cerceamento? A quem beneficia? Aos pequenos empreendedores é que não é!
Transcrevo abaixo a noticia veiculada no caderno Valor do jornal Gazeta Mercantil.
A notícia não é nova, é de 2008. Mas, lamentavelmente, até hoje, não temos noticia da H2Ocean no Brasil.
Água mineral feita a partir do mar paulista chega aos EUA.
Moradores de Miami, na Flórida (EUA), poderão a partir do próximo mês entrar em lojas de conveniência da cidade e levar pra casa uma nova garrafa de água mineral, a H2Ocean.
Seria apenas mais uma marca no mercado, não fosse por um detalhe:
A H2Ocean é feita a partir da água do mar, com aplicação da nanotecnologia.
E mais, o processo foi desenvolvido por brasileiros.
A H2Ocean nasceu da experiência de dois cientistas, que começaram a desenvolver a tecnologia de controle de minerais em água dessalinizada.
Isso ocorreu há dez anos.
Em seguida, somaram-se à dupla outros dois sócios.
Em 2003, eles conseguiram a patente do processo e passaram a bater de porta em porta para tentar comercializar a água.
“Ao longo de dez anos, foram investidos cerca de US$ 2 milhões na companhia”, diz Rolando Viviani, gerente de marketing da H2Ocean.
Segundo ele, todas as pesquisas foram feitas com recursos próprios dos quatro sócios. Seus nomes, por enquanto, são mantidos em sigilo.
No início, o objetivo da H2Ocean era vender a água “nanotecnológica” no Brasil.
A empresa alega ter procurado a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2006 para realizar o pedido de registro do engarrafamento do produto.
A resposta teria sido a de que não há legislação específica para que esse tipo de água seja vendido no país por conta da sua fonte: o mar.
Procurada, a Anvisa informou que a H2Ocean nunca entrou com um pedido de registro. A empresa, entretanto, enviou ao Valor fac-símile da página da Anvisa na internet em que aparece o número do processo do registro e do protocolo, em nome de Aquamare Beneficiadora e Distribuidora de Água. A data de entrada é de outubro de 2006 e o pedido foi negado em março do ano passado.
Em dezembro, a mesma Aquamare fez uma segunda tentativa, enviando uma carta à Anvisa em que pedia esclarecimentos sobre o que fazer para obter o registro.
A resposta veio quatro meses depois, com a indicação de que a empresa deveria importar " uma legislação sobre o assunto".
Ao Valor, a Anvisa também informou que “a empresa interessada na produção (...) de água dessalinizada deve apresentar, preferencialmente por intermédio de uma associação, proposta de regulamentação para avaliação pela Anvisa.”
As dificuldades para se obter o registro no Brasil levaram a H2Ocean a mudar de estratégia. A empresa continua interessada em obter a aprovação da Anvisa, mas decidiu priorizar a busca por novos mercados.
A opção foi pelos EUA.
O registro da empresa saiu em três meses e a água foi analisada em 15 dias.
“Nos EUA, conseguimos resolver em três meses tudo o que não conseguimos aqui em quatro anos”, afirma Viviani.
O Valor, porém, não teve acesso ao registro obtido no exterior.
A venda da H2Ocean começa nos Estados Unidos em agosto, em três estados: além da Flórida, Nova Jérsei e Atlanta.
Foram embarcados oito contêineres do produto, feito inicialmente na fábrica de Bertioga, litoral sul de São Paulo.
A unidade poderá ser desativada em breve.
A produção deve ser transferida para os EUA no fim deste ano.
A nanotecnologia foi o instrumento utilizado pela H2Ocean para transformar a água do mar em água mineral dessalinizada. A água dos oceanos é rica em micro e macro nutrientes, como o boro, o cromo e o germânio - elementos dos quais o corpo humano necessita, em pequenas doses.
Com a nanotecnologia, a H2Ocean conseguiu, a partir da água recolhida em alto mar, retirar o sal e manter grande parte dos minerais. Para chegar a esse resultado, os cientistas criaram um filtro com nanotecnologia aplicada, o nanofiltro.
O processo inicial é o mesmo que se faz desde a década de 1940: a dessalinização. Depois de retirado o sal, restam duas opções, segundo Viviani:
“Ou todos os minerais são retirados da água ou ela continua salgada.”
Com uma sequência de nanofiltragens, a H2Ocean conseguiu manter 63 dos 86 minerais contidos na composição inicial.
Surgiu a água do mar mineral.
Para saber se o resultado é bom, o brasileiro vai ter de esperar.
Ou passar em alguma “deli” na próxima viagem à Disney. (Fonte: Gazeta Mercantil - Indústria - Pág C1 - 30.07.08)
No Brasil nos damos ao luxo de desperdiçar muita coisa, inclusive talentos.
Ahh nem vou falar da água né???????
PS: Após escrever este post, fui à net pesquisar sobre a empresa, e veja o que encontrei:
“Nota: Estamos em fase de conclusão do registro do produto no Brasil, se você quiser ser nosso distribuidor, cadastre-se (abaixo) que nós entraremos em contato assim que o processo estiver concluído.
Estamos aptos a comercializar apenas produtos para exportação (Para países que aceitam FDA). Para maiores detalhes entre em contato conosco.
Obrigado por sua compreensão.”
Lamentável, triste e revoltante!
Charge retirada do site Mauricio Rett, cartunista