quarta-feira, 28 de maio de 2008

O amor que ousa dizer o nome


Estamos, nos aproximando do dia das(os) Namoradas(os).
Dia 12 de Junho!

Como sabemos, esta data, bem como o período que a antecede, é marcada por campanhas publicitárias.

E nelas sempre aparecem para ilustrar o “perfeito” e “clássico” casal de namorados que, em geral, é marcado pelo estereótipo branco, heterossexual, jovem, e, assim, exclui as outras formas de expressão da afetividade, como por exemplo, o amor entre mulheres, homens.

Então, para comemorar o dia 12 de junho, dia das(os) namoradas(os), demonstrando e socializando que existem várias formas de amar, o pessoal do LUAS, do NUCH e os Leões do Norte colocam na rua está adorável campanha(cujo cartaz ilustra este "post" e foi gentilmente cedido pelas queridas amigas do LUAS):

O amor que ousa dizer o nome

Além de não ter como fim o apelo comercial, é uma campanha que vai levar as pessoas à reflexão sobre os direitos e respeito à livre expressão da orientação sexual, bem como a necessidade do entendimento de que toda forma de amor vale a pena.

Um passo importante na desconstrução de alguns preconceitos e/ou estereótipos, estabelecidos na nossa sociedade.

Agradeço e parabenizo:
Grupo LUAS – Liberdade União Afetivo Sexual das Mulheres Lésbicas e Bissexuais,
Núcleo de Direitos Humanos e Cidadania da UFPE – NUCH, que é um espaço de pesquisa e extensão recém criado,
Movimento Gay Leões do Norte – instituição do movimento LGBT e
site Toda Forma de Amor.

Valeu, uma linda e importante iniciativa !!!

Afinal, em si e por si só o Amor é universal e se expressa em todas as orientações sexuais!

terça-feira, 27 de maio de 2008

1ª Conferência Nacional de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (GLBT)


Foi uma longa caminhada até aqui!
E, sabemos, não foram apenas os meses para organizar, executar e finalizar as etapas municipais e estaduais!
Foram muitas décadas de luta, de ativismo sério e muitas, mas muitas vezes árduas: preconceitos, homofobia, assassinatos, achincalhes, promessas de fogo do inferno!
Tomamos emprestada a beleza de nosso querido Mario Quintana e dissemos em uníssono:
"...todos estes que ai estão atravancando meu caminho...
eles passarão
e eu passarinho..."
Mais uma etapa do caminho foi lograda!
A primeira etapa da 1ª Conferência Nacional de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (GLBT) foi encerrada.
Todos os estados brasileiros e o Distrito Federal realizaram debates envolvendo a sociedade civil organizada e o governo, mais de três mil pessoas participaram desse processo.
A Conferência Nacional, acontecerá entre os dias 5 a 8 de junho, no Centro de Eventos Brasil 21, em Brasília. O evento terá a participação de 600 delegados representantes da sociedade civil e do poder público, definidos nas conferências estaduais, além de observadores e convidados. A expectativa é de mil participantes.
O objetivo:
Discutir políticas públicas para a população GLBT.
E como resultado de toda a Conferência, a elaboração do Plano Nacional de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos GLBT, e estratégias para fortalecer o Brasil sem Homofobia – Programa de combate à violência e à discriminação contra a população GLBT e de promoção da cidadania homossexual.
Estarão presentes a sociedade civil organizada, os órgãos governamentais, a Frente Parlamentar Mista pela Cidadania GLBT.
A Programação cultural, montada a partir de sugestões do movimento social, será organizada pelo Ministério da Cultura.Confira aqui a programação
Dezesseis subtemas serão abordados, distribuídos em dez grupos de trabalho definidos pelo Texto-Base.:
Além de Direitos Humanos, os temas incluem Saúde; Educação; Justiça e Segurança Pública; Cultura e Turismo; Trabalho, Emprego e Previdência Social; Cidades Comunicação e Esportes; Igualdade Racial e Mulheres. Os temas transversais envolvem idosos; pessoas com deficiência física; infância, adolescência e juventude
A Conferência também abordará a contextualização e perspectivas da conjuntura internacional, do Poder Legislativo, Poder Judiciário e do Ministério Público e ainda uma palestra sobre a introdução à orientação sexual e identidade de gênero.
Esses painéis acontecem no primeiro dia do evento como atividades paralelas.
As conferências estaduais elegeram 600 delegados, destes 60% são do movimento social organizado e 40% do poder público.
Além dos delegados a Conferência Nacional de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (CNGLBT) contará com convidados e observadores. A quantidade de observadores será de 300 pessoas e foram definidas pelas comissões organizadoras estaduais.
Para mais informações acesse o site: www.sedh.gov.br

domingo, 25 de maio de 2008

Colorimos com sorrisos e presença a tarde deste sábado!


As Mulheres deram seu recado na Avenida Paulista.

Aconteceu ontem, dia 24 de Maio, a sexta Caminhada Lésbica.

O evento que antecede a Parada do Orgulho de São Paulo.

Mulheres de todos os cantos deste nosso Brasil lá estiveram.

Reivindicando os direitos que já deveriam ser uma prática!

É inadmissível que em pleno século XXI o machismo mate de forma bestial por que sente sua virilidade ameaçada e desafiada pelas lésbicas! Enquanto lésbicas são estupradas , antes de serem mortas com requintes de crueldade, o Projeto de Lei 122/2006 que criminaliza a homofobia fica engavetada na mesa dos parlamentares do senado!

É uma vergonha que ainda tenhamos que sair para exigir políticas públicas de saúde por que vivemos numa sociedade tão patriarcal que até hoje não existem políticas claras e específicas para mulheres frente o HPV, o HIV, entre outros e sequer elementos para a prática do sexo seguro.
Temos que adaptar as existentes para homens! E a que existe, faça-me o favor!!!!
É mais que medieval, é um descaso!

Nestas alturas da sociedade dita civilizada, ainda temos que exigir que o Direito inalienável, a autonomia corporal seja respeitada e lutarmos pela descriminalização do Aborto!

É dramático, anacrônico mesmo, numa sociedade que assiste, diariamente, na mídia o sexo explícito das novelinhas, ter que reivindicar a expressão legítima do afeto entre mulheres em público!

Mas estávamos lá, com toda esta carga mais que pesada, com toda esta urgência de legitimar o direito a viver!
Portando cada palavra de ordem, clamando por justiça, de forma graciosa, deliciosamente, alegre, como nós, mulheres, tão bem o fazemos!

As lágrimas, as dores, as tristezas tornam-se como magia, em rufar alegre de tambor, em sorrisos, em beleza colorida.
Feiticeiras que somos!

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Feministas Revisitando o Patriarcado



Um grande passo será dado nos movimentos de lésbicas e feministas na próxima sexta-feira, dia 23 de maio às 17,30hs. Em meio às comemorações da Semana da Parada do Orgulho GLBT, acontecerá em São Paulo o

Seminário Feministas Revisitando o Patriarcado.


O patriarcado e suas estruturas na família, na igreja e nos partidos políticos é o tema do Encontro que acontecerá em São Paulo. O evento lança luzes sobre as intersecções entre os movimentos feminista e lésbico.

Na ocasião, será lançado o Manifesto do Coletivo de Mulheres Feministas da ABGLT (Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais) .

O Seminário contará com a participação da Vice-Presidente da ABGLT, Yone Lindgren. O Sindicato dos Jornalistas de São Paulo e o Conselho Regional de Psicologia apóiam o evento.



23/05/2008 das 17h30 às 20h30
Auditório do Sindicato dos Jornalistas
Rua Rego Freitas,530, esquina com Av. Consolação
Centro – São Paulo

terça-feira, 20 de maio de 2008

Parada Gay de São Paulo


Novidade este ano, além de toda a beleza e a festa, a música Homofobia Mata será tocada em todos os trios elétricos. Ouça a música!
A letra é de Otávio Santos e a música de Laura L.
AI está:
:: GLBTema

Homofobia Mata
Por um estado laico de fato e de verdade
Daquilo que nos fez humanos
Tudo foi Diversidade

Por sermos tão diferentes
Que somos todos iguais
Brilham os olhos as mentes
Queremos brilhar em paz

O orgulho o amor o respeito
São sempre irmãos da razão
O que nos move é o efeito
Do pulso de um coração

A humanidade escondida
Precisa se revelar
Homofobia é prisão
De quem não quer se encontrar

Discriminar é crime
Não devemos nada a ninguém
Bote a mão na consciência
Que problema você tem?

domingo, 18 de maio de 2008

Carta Repúdio ao Senador Homofóbico


O Brasil está virando um curral de cordeiros úteis.

Úteis para os que querem poder e destilam seu ódio e arrivismos pseudo espirituais. Chegam ao poder manipulando e oportunizando lavagem cerebral nos que buscam acolhimento espiritual. Manipulam com a miséria, com o preconceito, distorcem as escrituras sagradas e ficam RICOS!!!! Enriquecem com a ingenuidade dos fiéis! E mais, usam o dinheiro público para cuspir seus ódios e sexualidade mal resolvidas.

Foi o que fez o Bispo evangélico e senador do Brasil (pobre país adormecido!) Crivela.

Coloco abaixo a carta repúdio feita por Marcelo Garcia Secretário Municipal de Assistência Social do Rio de janeiro.

Ontem no Senado Federal o Senador, que também é o bispo da Igreja Universal do Reino de Deus, Marcelo Crivella, pregava abertamente o direito à Homofobia. Pregava abertamente o direito das pessoas não gostarem de gays, lésbicas, travestis transexuais. Enquanto lutamos pelo direito da construção da igualdade o bispo Crivella diz: "as igrejas têm o direito de condenarem o homossexualismo".

É duro a gente ver que, em pleno 2008, um Senador da República que quer ser Prefeito do Rio, acha que as pessoas podem ter e exercer seus preconceitos e seus ódios contra o ser humano. Seria o mesmo que alguém pregasse que é um direito ter preconceito e ódio contra negros, mulheres, pessoas com deficiência...

O Bispo Marcelo Crivela coloca em suas palavras e ações no congresso o peso de um Senador da República contra a a diversidade. Ele apoia o ódio e o preconceito. Ele apóia que vivamos com medo. Ele prega a opressão. Um político que não constrói pontes entre as diferenças e diversidades não pode querer ser prefeito de uma cidade como a do Rio de Janeiro.

Somos plurais, somos agregadores, somos a síntese do Brasil.

Será que o o Bispo acha que as ações dos pitboys estão certas? Acho que bem lá no fundo ele deve achar.

Quando um gay é espancado apenas por ser gay o que o Bispo Crivella tem a dizer?

Cabe ao Congresso aprovar com muita urgência a Lei que combate á homofobia no Brasil. Isso é urgente. O congresso precisa dizer ao Brasil que Crivella em suas falas homofóbicas e preconceituosas não traduz o pensamento de nossos deputados e senadores.

Precisamos apoiar a construção da igualdade e não reafirmar as desigualdades e os preconceitos. Mas muito pior é um Senador dizer que a igreja tem o direito a ter preconceito. Isso faz mal só de ouvir. Mas o pior é que ele defende isso mesmo.

Não Senador. Não tem. Igreja é lugar de Paz e Amor e não de perseguição. Se na sua, onde o Senhor exerce seu Bispado, o conceito de igualdade não é presente, eu só posso lamentar. Pois é de lamentar que uma pessoa, ainda mais Senador da República, gaste seu tempo na Tribuna pregando o ódio e o preconceito. O Senhor não colabora com nada com o Brasil agindo desta forma. O Brasil precisa de gente que some, de políticos que entendam todas as suas diferenças e não de políticos que queiram impor apenas suas verdades e seus pensamentos carregados de ódio contra o ser humanos.

Senador, eu sou homossexual. E apenas porque amo outro homem eu mereço ser perseguido, espancado, morto? É isso mesmo senador? Eu mereço que sua igreja tenha o direti de me odiar?

Senador, o Senhor deve ler Clarice que diz: "Liberdade é pouco. O que eu quero ainda não tem nome". Não tenha em mim um inimigo apenas por amar um homem e não uma mulher. Vamos debater a construção de ódios. Quem sabe o senhor possa ter a humildade necessária de dizer ao Brasil que o senhor quer a paz e não o ódio.

Ainda dá tempo de mudar.

Marcelo Garcia, 38 anos, escritor e Secretário Municipal de Assistência Social do Rio de janeiro.

Rio de Janeiro, 16 de maio de 2008

*Esta carta é um manifesto a favor da vida. Se você quiser assinar, envie e-mail para: marcelo@marcelogarcia.com.br

sexta-feira, 16 de maio de 2008

17 DE MAIO - DIA INTERNACIONAL CONTRA A HOMOFOBIA



Comemora-se neste sábado o Dia Internacional Contra a Homofobia.

A data, 17 de maio, foi escolhida para lembrar quando, em 1990, a Organização Mundial de Saúde retirou a homossexualidade da Classificação Internacional de Doenças.
A “homofobia” é entendida como qualquer manifestação de ódio contra os gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais, e pode inclusive se manifestar por meio de agressões psicológicas e físicas.
A luta pela aprovação do Projeto de Lei da Câmara 122/2006, que criminaliza essa prática, é hoje a principal reivindicação do movimento GLBT em todo o Brasil.
O Brasil lidera no cenário mundial os crimes homofóbicos. Somos o país que mais mata seus semelhantes pelo simples fato de serem homoafetivos.
Em 2007 foram assassinados 122 homossexuais!
A cada 3 dias um homossexual é assassinado!
O Projeto de lei 122/2006 corre lentamente nas gavetas do Senado.
Alem de terem seus artigos notícias distorcidos através de notícias e textos emitidos pelos fundamentalistas das instituições religiosas.
São estes que insistem em colocar seus dogmas como fonte de poder societário.
E, distorcem com textos mentirosos o escopo do projeto assim como o fazem com as escrituras sagradas com o único objetivo de justificarem suas atitudes segregacionistas e anti Cristãs.
O Estado é laico embora algumas frentes parlamentares não aceitem esta laicidade.
Com manobras estranhas procuram impedir os legisladores de exercerem sua função:
O de legislar por uma sociedade mais justa e tolerante com seus iguais.
Façamos deste dia um momento de reflexão e de repúdio a toda forma de violência contra a dignidade humana por sua orientação afetiva e sexual.

Manifesto de Lançamentodo do Coletivo de Mulheres na ABGLT


Nos dias 25 a 27 de abril de 2008, as mulheres lésbicas, bissexuais e transexuais presentes e reunidas na cidade do Rio de Janeiro para a realização do Seminário II Fortalecendo, Articulando e Informando Mulheres Lésbicas, Bissexuais e Transexuais percebemos a necessidade de construir uma nova opção política.

Estamos em um novo momento político da história de nossa entidade nacional. Nos últimos anos, o movimento LGBT vem amadurecendo e temos superado alguns desafios importantes, sobretudo no funcionamento e representatividade da ABGLT.

Esse novo momento permitiu, por exemplo, a recente adesão de dezenas de organizações a nossa Instituição, não só novos grupos, mas alguns com trajetória historicamente consolidada.

Contudo, restam desafios importantes. Um deles é garantir a incorporação do feminismo no cotidiano, nas formulações e nas prioridades da ABGLT. É preciso garantir a participação efetiva e os espaços de atuação das mulheres lésbicas, bissexuais e transexuais.
Porque construir uma nova rede?

Nós mulheres participantes do II Fortalecendo propomos a nossa reorganização dentro dos espaços políticos e representativos da nossa organização nacional, pois entendemos que estamos num momento onde se faz necessário uma rediscussão sobre a organização do movimento LGBT no Brasil e neste processo se faz necessário um projeto feminista para a nossa entidade.

A ABGLT é reconhecidamente a maior rede LGBT da América Latina, portanto, não obstante a isso, nós mulheres da ABGLT tensionamos a legitimidade de sermos também a maior rede de mulheres do movimento LGBT.

Concomitantemente, uma vitória especial foi o início do projeto SOMOSLÉS, em que pela primeira vez, capacitamos, de maneira nacional, simultânea e articulada, centenas de novas ativistas.
Nova forma de organização interna:

As signatárias deste texto e outras militantes com as quais vimos dialogando, entendemos ser prioritário impulsionar a organização das mulheres na ABGLT. Isso, para nós, deve ser feito de forma compatível com o novo momento político.
Com isso, estamos neste manifesto criando, lançando e formalizando o COLETIVO DE MULHERES DA ABGLT.

Reconhecemos a ABGLT como a principal e maior organização nacional do movimento LGBT brasileiro. E dentro dessa perspectiva, acreditamos que o Coletivo de Mulheres da ABGLT cumprirá um papel de grande importância.
Apresentação do COLETIVO DE MULHERES DA ABGLT:
leia na íntegra o manifesto aqui

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Dia de mãe


Um dia minha avó me disse:
Filha... Você aprende as canções que lhe canto agora, pois um dia você as cantará para seus filhos.
Minha avó foi minha mãe. Linda, terna, brava e amorosa!
E com ela aprendi muito do que sou hoje.
Inclusive os cantos que embalavam meus três filhos para que o adormecer fosse suave.
Então, eu ficava enternecida ao ver aquelas três cabecinhas, pouco a pouco, irem afundando mais nos travesseirinhos. E os olhinhos fechando... e que rostinhos! Lindos, ternos, tranqüilos, inocentes!
É dia de mãe, mas só sou mãe, porque estes três surgiram em minha vida e a transformou, e a mim então!!!
Primeiro surgiu meu príncipe de ébano... e eu o amei assim que o vi! Porem a grande descoberta mesmo, foi um dia, quando o amamentava. Olhava aquele rostinho, e fui tocando, em meu coração, num lugar inteiramente novo. Era um surgir. Fui sentindo algo imenso, mas delicado, suave, como a envolvê-lo por inteiro, senti tamanha força e beleza, que chorei. Então percebi que aquele serzinho frágil e pequenino me levara a um espaço dentro de mim que nunca havia tocado!
Foi ele, meu filho, que me guiara até aquele lugar cálido e envolvente onde o amor maternal mora.
Anos depois chegou minha doce princesa negra. Em seus três aninhos, mal sabendo do mundo, me olhava sério nos olhos, com seus enormes olhos negros. E não falava nada. Só olhava... como a pedir...vem, me descobre, me acolha!
Comecei então a perceber o quanto ela havia me acolhido muito antes que eu. Que ela me recebera em seu pequenino ser. E me olhava, eu, a gigante a quem ela nomeava mãe em silêncio, sem palavra alguma! Ela, minha linda princesa negra me acolhia como mãe, antes mesmo que eu a entendesse como filha!
Assim, minha linda filha me ensinava a entrega e o acolhimento!
Junto com minha princesa, também chegou meu querido menino sorriso. Mas que de inicio só chorava! Tão triste que estava tão só e desolado!
Menino sorriso em seus poucos três anos de vida se recolheu em si mesmo, se fechou em uma caixinha para não sofrer mais!
Pouco a pouco foi saindo... foi se mostrando...foi desafiando-me por inteira. Sem falar, só agindo! Inteiramente diferente!
Foi este menino sorriso que revolucionou que desconstruiu-me toda!
Que me fez, como um espelho a me ver tal qual sou! Nua, inteira e verdadeiramente paradoxal!
Menino sorriso me iluminou jogou-me sua luz e eu pude ver minha sombra pela primeira vez! Só há sombra quando a luz se faz!
Entender, aceitar, honrar e absorver a sombra, ai sim, com minha própria luz transforma-la!
Um pequenino, um tico, um miúdo iluminou meu ser!
E me mostrou as desconhecidas profundezas escuras em mim mesma, iluminando-as, me ajudando a descobri-las em beleza!
Companheiro pequeno que ficou a meu lado, por meses, enquanto me recuperava do acidente que levou meu olho direito e meu amor!
Meus filhos, que me fizeram um ser muito melhor, que me ensinaram o amor, o acolhimento e buscar a mim mesma.
Agradeço a você meu Príncipe de Ébano, a você minha Doce Princesa Negra e a você menino sorriso!

Sou mãe, mas porque foram vocês que assim me fizeram!
E formamos uma bela família homoafetiva!

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Manifesto Contra a Homofobia em Cabo Frio


Esse é um manifesto contra a crescente violência que atinge o cidadão GLBT no Município de Cabo Frio. Os números de assassinatos de homossexuais vêm aumentando nos últimos meses e já somam 5 casos até hoje (Dia 06 de maio). Não podemos nos calar diante dessa situação. O Grupo Cabo Free já está encaminhando ofícios à ABGLT, à Secretaria de Direitos Humanos do Governo do Estado, 126ª Delegacia de Polícia, à Comissão de Direitos Humanos da OAB Cabo Frio, à Comissão de Direitos Humanos da Alerj, à Comissão de Constituição de Justiça da Camara Municipal de Cabo Frio,à Secretaria Especial de Direitos Humanos do Governo Federal,ao Fórum de Entidades Nacionais de Direitos Humanos, à Promotoria do Ministério Público, ao Comando do 25º Batalhão da Polícia Militar e à Secretaria Estadual de Segurança Pública cobrando empenho nas investigações e apoio na tomada de providencias urgentes. No entanto é preciso mais que isso e através desse abaixo assinado pretendemos mobilizar a população e as autoridades com relação a essa onda de homofobia no município.
Assine aqui

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Valeu B.F.


Então, gente, Gostaram do meu novo Logo?
Foi presente da B.F.
Sabem quem é, todas a conhecemos pois B.F. é a querida companheira que me permitam dizer:É arnárquica libertária!
Mas além disso, é uma pessoa a qual quero muito bem, que respeito e tenho grande admiração.
Então, esta querida libertária me enviou este lindo logo e disse simplesmente: "se gostar é teu!"
Mas eu fiquei muito contente, pois uma amiga querida, uma companheira toma parte de seu tempo e de seu talento e me faz um belo presente.
Me senti honrada!
Seu blog Uva na Vulva é o the must para nós lésbicas e todas que desejam um descortinar libertário.
Valeu B.F. obrigada por sua amizade e pelo seu maravilhoso uvanavulva!

Sapho em cena, primeiro programa para lésbicas

Programa 1 Segunda edição com documentário de Falando de mulheres e amores Está no ar Sapho em cena e os dois programas iniciais feitos especificamente para as para mulheres lésbicas brasileiras. Muito bom, ótima qualidade. Coloco os dois primeiros vídeo. Com certeza outros virão!!! Uau!!! Valeu meninas!

domingo, 4 de maio de 2008

Homofobia Internalizada


Homofobia internalizada
Quem eu? Homofóbica? Claro que não, sou homossexual assumida, só não gosto de lésbicas caminhoneiras e butches. Se eu gostasse de homem, namoraria um homem não uma caminhoneira!”.... hummmm num é que é???
Ou então assim ó:
“Ahhh não, gay tudo bem, mas tem cada um que pelamordedeus!!! São verdadeiras bichas, bonecas e minha gente, travesti é só pra gente rir!”
E tem mais:
“Transexuais? Ahhh isso é doença a pessoa não aceitar o corpo que Deus lhe deu???"
E quantas piadas repetem por ai quantos nomes que carregam em seu bojo a discriminação. E depois falam:
É brincadeira, eu não penso isto. Mas é um pensamento e isto é mental, e a homofobia é um sentimento de baixa-estima. Onde o que se está afirmando é: Eu sou homossexual, mas sou diferente... eu não sou como os outros.
O que está por trás destas piadinhas e atitudes é:
Eu não me aceito e não aceito o outro
Então, desculpe-me, mas vai no seco, sem anestesia:
Vamos tocar num ponto que muita gente nega, não reconhece e diz que não.
Uops... sim, a Homofobia internalizada!
E minha gente, ela é inconsciente!
Meyer e Dean (1998) definem Homofobia Internalizada como «o direcionamento das atitudes sociais negativas para o self da pessoa gay, levando à desvalorização desse self e resultantes conflitos internos e uma auto-imagem empobrecida».
Não sou nenhuma expert ou acadêmica em práticas terapêuticas.
Mas sou ser vivente e carrego meus 61 anos em experiências que me tornam o ser que hoje sou.
E isto significa uma trajetória.
Quer saber mais? Todas e todos nós temos homofobia internalizada!
Sabe aqueles momentos de nossa infância que gostávamos de brincar as brincadeiras ditas próprias do outro gênero?
Começamos a receber mensagens de que nosso comportamento era inadequado.
Começamos a perguntar o que está errado comigo?
Começamos a perguntar por quê?
E mesmo não tendo a ver com sexualidade nós sentimos que algo estava errado
Sentimentos de que o eu sou naturalmente está errado!
Tipo: Eu não aceito isto em mim.
E começo a ter sentimentos negativos sobre em mim!
E então... Se desde cedo eu percebo que aquilo que sou, me trás dor, eu construo um mecanismo para me defender da dor. E um dos mecanismos é esconder, internalizar, não aceitar e rejeitar no outro aquilo que me reflete!
E com o passar dos anos, já em nossa adolescência e vida adulta, tudo que ouvimos a respeito e mais o que ouvimos na sociedade, na mídia, nas pessoas nos levaram a nos sentirmos negativos e a baixa estima se estabeleceu!
E assim, internalizamos a homofobia!
A sociedade heteronormativa nos carimba assim.
Esta sociedade tem a heterossexualidade como compulsória! Antes mesmo de se revelar o gênero quando uma criança nasce a priori é hetero!
Então convido a reflexão, todas nós possuímos homofobia internalizada!
Mas podemos transpor este sentimento, compreendendo-o, aceitando-o como real e trabalhando-o. Nega-lo só o fortalece!
E se vocês duvidam, eu sei que a homofobia internalizada destrói a relação afetiva, mesmo que exista amor!
Então, se quisermos transformar o mundo, que tal começarmos por nós mesmas!

sábado, 3 de maio de 2008

E Ronaldo, o Fenômeno, fez Gol Contra!


Então tá, vamos combinar assim?
Gente é demais!
Então o meninão, o tal do Ronaldo dito o Fenômeno, sai pra balada, resolve fazer uma diferente, uma fenomenal e quer negar tudo arranjando uma desculpa mais que esfarrapada, preconceituosa.
Tudo bem, que se divirta como gosta, mas depois não venha dar uma de vitima.
Fala sério, nem fica bem!
O fenômeno, o malicioso nas jogadas, o trem que arraza, que passa como uma locomotiva, agora não vai querer fazer deste fato seu joguinho particular né mesmo?
Cheio de vitima e de marra!
Dribla o fato como se fosse o fenômeno em campo comentendo falta pra livrar-se do gol contra.
Então lança mão de baixaria colocando-se como vitima de roubo e drogas.Ahhhh, tá!
E faz um carrinho de má fé na travesti, mas não acaba só com o tornozelo dela.Arraza com tudo nela e em todas as travestis.
Ora, vamos...travestis nem sempre são prostitutas e o fato de algumas serem prostitutas não as colocam em situação de serem discriminadas pois há muito prostituição deixou de ser ilegal.
Agora a midia homofóbica e preconceituosa faz a festa.
Colocando como certa a versão do Ronaldão.
Colocando-a como mais convincente que da travesti.
E mais, os defensores fazem pressão pra que Ronaldão nem vá a delegacia, somente a travesti.URGH!!
Todos e a midia pré-julgam e já condenam as profissionais do sexo. E as travestis...isso nem se fala né!!
Gente, dá nojo a homofobia, vamos respeitar pelo menos a sua identidade de gênero, o ser mulher!
E Ronaldão, vá pro campo, lá voce joga melhor e é mais ético.
Aproveito este episódio para postar aqui um lindo poema de Rafael Vice presidente do Grupo Cabofree:
Quando eu era pequeno, minha mãe tinha um medo,
medo de que eu usasse suas roupas,
medo que um dia, eu quisesse usar batom,
como se eu já não soubesse o gosto,
como se eu já não fosse ela, quando ela não estava em casa...
o que minha mãe não sabia ou fingia não saber
é que por dentro eu era tão mulher quanto ela,
eu só não podia aparecer,
quem pode me entender?
quem tenta me entender?
talvez eu não precise ser entendida,
talvez eu não queira precisar,
mas antes de você me chamar de boneca...
saiba que as que quis ter não tive, a vida colocou parte delas em mim,
braços de uma, peitos de outras, e me fez sentir quem eu sou!
quem dera ser uma boneca de fato,
quem sabe estaria mais feliz no colo de sua filha do que no seu,
e se eu não achar que a prostituição não é meu caminho,
você aceita???????????
você me daria emprego??????
ou é mais fácil dizer que sou infeliz?
que sou perigosa????
provavelmente seus maridos não acham,
e eu sei quem sou, a minha luz,
os meus desejos, as minhas vitórias e tristezas.
e eu sei de mim, mais que você de você mesmo
mesmo porque sou no mínimo duas,
quem eu sou de verdade, sou quem aparento ser,
gente!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Juntas é tão bom!



Lançamos no tempo a semente

Fortalecendo, assim
Informando e partilhando com amor e solidariedade
Mulheres
Lésbicas, Bissexuais, Transexuais, Travestis
Nós não vamos nos dispersar, juntas é tão bom.
Saber que passado o tormento
Será nosso esse chão
E juntas fomos água dona da vida
Ouvimos os relatos tão comovidos
Chegamos, brincamos na fonte
E fomos como amiga
Demos água de beber
A todas as mulheres, mulheres amadas
Olhamos a raça valente
Chamamos
Fizemos a festa
Fizemos a rede
Fizemos o coletivo
Mulheres!
Depois da chuva o sol da manhã
Lavou temores, mágoas, o penar,
Cantamos e o nosso canto
Joga no tempo, uma semente
Gente, mulheres, olhamos as mulheres e
através delas olhamos toda sua gente.
Olhamos
Mulheres amadas
Cantamos, canto ainda, e, o nosso canto
joga no tempo nossa semente
Para crescer bonita
Para crescer feliz
Para crescer juntas
Olha essa gente , olha essa gente, olha essa gente
Voltaram a suas casas fortalecidas
Pois o nosso canto jogou no tempo a semente
Estamos vendo crescer bonita
Estamos vendo crescer feliz
Marola mansa da maré
Mulher amada
Mulheres amadas
Terra olha essa terra de raça valente.
Com a inspiração de todas as mulheres do Fortalecendo II!

Fortalecendo II



Um cordão. Um grande barbante branco, amarrando todas as mulheres juntas, tecendo uma grande teia no salão, unindo corpos e espíritos em um único abraço.

Foi assim que terminou o Seminário "II Fortalecendo, Articulando e Informando Mulheres Lésbicas, Bissexuais e Transexuais da Região Sudeste", realizado dos dias 24 a 27 de Abril no Rio de Janeiro e organizado pelo Movimento D'ELLAS/RJ.

Apesar do título se limitar ao Sudeste, a organização do evento decidiu ampliar seus objetivos, abrindo e priorizando inscrições que fugiam do circuito Rio - São Paulo - Minas.

Resultado?

Um grande encontro de mulheres lésbicas, bissexuais e transexuais de todas as regiões, do Acre ao Paraná, de Rondônia a Pernambuco. Um cruzamento de experiências, idades e sotaques diferentes. Um belo aprendizado.

Entre rodas de conversa e palestras sobre orientação sexual, identidade de gênero e violência contra a mulher, as participantes discutiram problemas de suas regiões, debateram ações de fortalecimento dos grupos de mulheres e da luta contra toda forma de discriminação.

Entre os convidados para discussões e palestras estavam a deputada federal Cida Diogo (PT-RJ), Irina Bacci - do Coletivo Feminista de Lésbicas, Yone Lindgren - do Movimento D'ELLAS e uma das organizadoras do evento, Jussara Bernardes - presidente do Grupo Arco-Íris de Conscientização Homossexual (GAI-RJ) e Sônia Correa - pesquisadora da Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS (ABIA).

Nos olhos curiosos, nos ouvidos atentos ou nos sotaques tão distintos, mais de 90 mulheres se esforçaram em construir um encontro único, que percorreu desde depoimentos sobre violências vivenciadas à curiosidade do pensamento político.

Da falta de intimidade do início - e do se sentir tímida - mulheres jovens e maduras souberam achar seu ponto de equilíbrio em debates sérios ao exporem suas idéias. Ao final do último dia, elas eram iguais, únicas, formando um todo - mesmo que individuais - unidas por um barbante branco.

O Seminário II Fortalecendo foi um exemplo de discussão civilizada, amigável e afetuosa. Claro que todo evento tem seus problemas, pois pessoas são ímpares e cada uma tem seu tempo. Mas dentro do tempo do evento, as mulheres conseguiram se tornar uma engrenagem essencial.

Parabéns para a organização, para os voluntários e para as participantes que fizeram desse seminário um exemplo de conscientização política.

Martha Vasconcelos