segunda-feira, 29 de setembro de 2008
13ª Parada do Orgulho LGBT do Rio de Janeiro
Já está lançada a campanha, assim como os cartazes, da XIII Parada de Orgulho LGBT do Rio de Janeiro, a acontecer na praia de Copacabana no dia 12 de outubro próximo.
E estamos todos: ativistas sociais, população LGBTT, autoridades envolvidos na campanha.
Afinal, já falei, já escrevi, sai de cartaz na mão, participo e informo sempre, o Brasil ocupa o primeiro lugar no cenário mundial como o país que mais mata por homofobia, com mais de cem homicídios anuais cujas vítimas foram trucidadas apenas por serem homossexuais.
Pagamos impostos, votamos, trabalhamos e somos vítimas de preconceitos, discriminações, insultos, chacotas e assassinatos!
Somos, aproximadamente, 18 milhões de cidadãos considerados de segunda categoria pelas leis brasileiras. Temos 37 direitos básicos negados!
Somos ignorados, a sociedade brasileira não reconhece as relações homoafetivas como geradoras de direito.
A organização da Parada LGBT do Rio de Janeiro, lançou uma campanha impactante, reproduzo aqui, exatamente o texto do site:
“Este ano, o Grupo Arco-Íris pretende, com a Campanha da 13ª Parada do Orgulho LGBT - Rio, não só acentuar a luta pela aprovação do Projeto de Lei 122/06, Criminalização da Homofobia, que tramita no Senado, mas também abrir um espaço, em parceria com Grupos LGBT, outras organizações sociais, entidades e a sociedade civil, para a disseminação e sensibilização a este tema nacionalmente.
Vamos lá então, além da festa que sempre é, a Parada do Orgulho do Rio de Janeiro este ano conclama a todos que assinem EU SOU A FAVOR DA LEI QUE CRIMINALIZA A HOMOFOBIA!
Ainda de acordo com os organizadores da Parada, os cartazes expressam as consequências da violência contra a população LGBT. Reproduzo abaixo a descrição que consta no site da Campanha da Parada:
“...a idéia foi criar uma campanha que pudesse impactar a sociedade, mostrar a conseqüência da violência contra LGBT, mas sem retratar pessoas, fazendo isso de maneira sensível, criativa e inovadora. Daí, veio à idéia de usar manequins que têm uma expressão sem brilho, mas refletem justamente o que uma pessoa sente quando ela é agredida por sua orientação sexual ou identidade de gênero: apanha simplesmente por existir. No fim, parece que os manequins ganharam vida e a imagem faz refletir sobre todo tipo de violência.”
Desejo a todas e a todos uma excelente Parada, que se divirtam, que se alegrem, pois afinal, alegria é nossa marca.
Que o façamos com consciência política e social.E sobretudo,deixemos de forma indelével nosso repúdio ao setor conservador do Senado Brasileiro e aos fundamentalistas religiosos que impedem a votação da lei em plenário.
Vamos mostrar quantas(os) de nós desejam e aprovam o Projeto de lei 122/2006. Clique aqui e assine.
quarta-feira, 24 de setembro de 2008
Silêncio, que se vai cantar o fado!
Silêncio, que se vai cantar o fado!
Os garçons ausentam-se, fecham o ambiente.
As luzes esmaecem, em respeito.
Velas tremem anunciando, tímidas, o vibrar das cordas.
Penumbra.
Todos pousam delicadamente seus talheres.
Olhos encerram atenção, envolvimento!
Tudo silencia!
O instante é de espera, acolhida, solenidade suprema!
Então, a guitarra portuguesa envolve tudo com sons que anunciam e antecipam:
Portugal vai rasgar sua alma!
A cantadeira abre, com o fado chorado em voz quente e dorida, um proibido lugar e nele penetra.
Meu coração está tomado pela castiça voz, pelo tom, pelo som, pelo poema.
Andarilha impune que não sou à provocante dor que o canto me envolve.
...choro!
O fado está sendo cantado!
Compartilho neste vídeo a voz de Ana Moura, cantando o grande poeta Fernando Pessoa e os passos desta andarilha saudosa das mulheres, da terra e do povo Português.
Esta nação generosa que arrebatou-me por inteira!
Gratidão Portugal, aí fui imensamente feliz!
terça-feira, 9 de setembro de 2008
Andarilhando por este Portugal
(clique na imagem para ve-la ampliada)
Tenho a impressão que peguei uma onda e surfei nela.
Uma destas que nos impulsiona pelo tempo e empurra-nos, gentil mas firmemente.
Pois, uma tal onda de amor por esta terra e pelo seu povo me apanhou.
Acho que os amantes e as amantes deste Portugal lançaram esta onda de amor e dedicação.
Assim, quando dei por mim eu, andarilha, estava jorrando amor.
Uau! Por isto construíram e ofereceram tantas belezas, por amor ao povo e ganharam mundo!
Não me disponho a falar turisticamente, hummmm…acho um saco!
Tampouco da história, putz e que história!
Sequer tenho competência para falar de sua bela arte.
Falo do que toca minha alma.
Este Portugal que me fascina.
Assim, vou tecendo, andarilhando por aí…falando da palavra que quando proferida, pela autoria de tantas e tantos escritores portugueses, sai poesia.
Das artes plásticas que refletem o mundo em azulejos.
Da arquitetura que arrebata os sentidos.
Da história construída com valentia, aventuras, poder, escrita com bravura e perdas mas sempre em busca da autonomia, da soberania. E olha que eles botaram muita gente pra correr daqui, todos que quiseram tomar-lhe as terras e a soberana forma de estar. Pegaram pelos cornos e os lançaram fora! Hehehehe, gosto disto! Que nem eles fazem nas touradas, peitam os touros abertamente.
Da música, fado vadio que ainda presenciarei, mas que já ouvi e fui…levada pelo cantar compassado que devassa os sentidos.
Dos monumentos que selam a vida passada com graciosidade e força.
Bom, tem uma coisa aqui, a história sempre é contada de forma a nos colocar na linha do tempo com o terremoto de 1755. Este que destruiu Lisboa. E aí surge a figura do Marquês de Pombal, aquele da derrama, que incitou com esta a Inconfidência Mineira. Aliás ele fez um rebuceteio no Brasil e se nossa língua é o português foi por causa dele também Uai! Que proibiu a mistureba do português com os idiomas dos índios, um tal de “nheengatu” e mais, transferiu a capital de Salvador para o Rio de Janeiro, economicamente mais ativo!
Tá tudo bem, mas este gajo reconstruiu Lisboa! E mais, acho que ele foi o primeiro a ter noção que o estado é laico!
Alem de expulsar os Jesuítas, ele tirou a educação das mãos da igreja!
Uoops…tiro meu chapéu pro Marquês!
O homem fez uma reforma daquelas, tanto politica, como econômica, como religiosa. E…mudou as feições de Lisboa, era um visionário, um iluminista…e um absolutista. Ele fortalece com suas ações o poder do rei.
Bom, mais andarilhando…fui a Sintra!
Não, fala sério! Pisar num sítio (acho graciosa a forma como eles chamam de sítio, o que para nós é lugar.) que tem fósseis do século X AC é uma viagem! Tudo bem que existam outros lugares que antecedem este momento da nossa história humana, mas eu fiquei arrepiadinha!
Pô, e depois o que é aquilo, o tal Castelo dos Mouros? Caramba! Só de ver de longe, bem de longe meu coração gritava:
“Quero ir lá…quero ir lá!”
E na medida que ia subindo, e subindo, caraça a gente sobe muito, aqueles mouros eram pirados! Conseguiram construir uma fortaleza nos píncaros!
E a cada torre que eu chegava, só de ver as bandeiras tremulando meu coração tremia na mesma sintonia do vento.
E lá estavam as bandeiras de cada momento histórico.
Gente, uma bandeira é carregada de símbolo e a gente que nem sabe fica tomada por eles, bom pelo menos eu fiquei!
A de Dom Afonso Henriques, o primeiro rei de Portugal tremulando na mais alta torre daquele castelo é…ui…uma coisa de louco!
Eu senti em minhas entranhas um orgulho danado! E fico me perguntando porquê?
Sei não, mas este rei era danado de imponente!
E conquistou uma nação. Pois desta,a parte que dá prá ver de lá é de tirar o fôlego. Acho que é tão alto e a gente vê tanta terra e tanto mar que sinto como estivesse vendo Portugal inteirinho dali, daquela torre, sob a bandeira linda com um azul cortando de norte a sul, de leste a oeste o branco iluminado.
Se vê Lisboa, o mar imenso, se vê um pedação daqueles!
E dali, do alto, naquela parte da história fiquei hipnotizada pelos sentimentos que explodiam em meu coração.
Senti ternuras pelos pescadores, pelas cozinheiras, pelas camponesas por seus pés largos e doridos e por suas mãos nodosas.
Me nutro delas e deles.
Senti um desejo intenso de fazer parte deste povo português, desta nação bela e orgulhosa de si, senti mesmo, um amor luso-brasileiro por todo este país.
Senti tamanha gratidão e uma vontade enorme de colocá-los no colo de minha alma.
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