Fórum Social Mundial, resposta ao Poderio Econômico.
Nos idos dos anos 60, o professor, Klaus Schwab, alemão, mas que mora na Suíça, após ler o “Desafio Americano”, decidiu responder com o que ele chamou “Desafio Europeu”
Fundou uma associação, a European Business Leaders (Líderes europeus do mundo dos negócios), e organizou um primeiro simpósio em 1971, financiado entre outros por Raymond Barre (1924-2007), ex-primeiro-ministro francês, então comissário europeu para as questões econômicas.
A meta inicial era de promover um modelo europeu de gestão de empresas. Claro que uma elite não?
E, não sei se por ironia ou se por estratégia, este simpósio transformou-se anos depois no famoso Fórum Econômico Mundial (FEM).
A sede, com rara exceção, é em Davos - Suíça.
Forum este bancado pela rica “ONG” EBL, hoje transformada na WEF(World Economic Fórum).
O WEF é a reunião anual entre executivos-chefes das corporações mais ricas do mundo, alguns líderes políticos nacionais(presidentes, primeiros ministros e outros), intelectuais e jornalistas seletos.
Este Forum tem status de consultor da ONU e é considerado o representante das ideologias dos países desenvolvidos.
Agora, para fazer o tal do “politicamente correto” passaram a convidar líderes dos que eles chamam(sic) “países emergentes”.
Putz, como se fossem imersos em tal pobreza que de repente passassem a emergir, e tornam-se alguma coisinha que vale a pena considerar.
Em 2001, a globalização era a ponta de lança do neoliberalismo e o Forum de Davos tinha esta marca.
E aí, isso era coisa para ficarmos quietos? Calados?
Nunquinha!
Contrapondo-se a posição ideológica, elitista, neoliberal dessa entidade, um evento pacífico,onde uma centena de militantes de organizações sindicais, estudantis e políticas, reúnem-se no Brasil.
Na cidade Porto Alegre, alem das manifestações populares, encontram-se diversas ONGS sociais.
Inicia-se, assim, o Fórum Social Mundial, e, na mesma data do Fórum Econômico.
O Brasil, mas especificamente Porto Alegre, atrai a atenção mundial como a nova capital do movimento contra a globalização.
O Fórum Social Mundial, criado em Porto Alegre, em 2001, como um contraponto popular ao restrito evento lá na Suíça é lembrada, no mundo todo, como o berço do Fórum Social Mundial.
E o que é o Fórum Social Mundial?
Reproduzo aqui, como que o próprio FSM se define:
“É um espaço de debate democrático de idéias, aprofundamento da reflexão, formulação de propostas, troca de experiências e articulação de movimentos sociais, redes, ONGS e outras organizações da sociedade civil que se opõem ao neoliberalismo e ao domínio do mundo pelo capital e por qualquer forma de imperialismo.
Após o primeiro encontro mundial, realizado em 2001, se configurou como um processo mundial permanente de busca e construção de alternativas às políticas neoliberais. Esta definição está na Carta de Princípios, principal documento do FSM.
O Fórum Social Mundial se caracteriza também pela pluralidade e pela diversidade, tendo um caráter não confessional, não governamental e não partidário. Ele se propõe a facilitar a articulação, de forma descentralizada e em rede, de entidades e movimentos engajados em ações concretas, do nível local ao internacional, pela construção de um outro mundo, mas não pretende ser uma instância representativa da sociedade civil mundial”.
Em contrapartida, o Fórum Econômico Mundial e a WEF (World Economic Forum) nome que hoje é conhecido a ex European Business Leaders, possui suas atividades, amplamente, dominadas pelos americanos e asiáticos.
É bom saber que esta Fundação que se diz “preocupada com o mundo” alem de organizar e bancar o FEM traz em seu currículo neoliberal o seguinte:
Organiza fóruns regionais na Índia, no Oriente Médio, na América Latina, na Turquia e na Rússia.
Por iniciativa da sua organização, homens de negócios árabes se reúnem uma vez por ano.
Empresas também se reúnem em margem da cúpula de Davos - e beneficiando da mais completa discrição -, distribuídas por setor de atividade. Existem atualmente 17 setores (automóvel, energia, etc.).
Reúne duas vezes por ano uma centena de dirigentes dos meios de comunicação (jornal, informática, internet,, etc.).
Criaram três “comunidades” :
As empresas de crescimento - sociedades internacionais cuja atividade vem crescendo em mais de 15% por ano, e cujo faturamento situa-se entre US$ 100 milhões (R$ 180 milhões) e US$ 2 bilhões (R$ 3,6 bilhões).
As pioneiras tecnológicas - sociedades selecionadas com incentivos financeiros
Os Jovens líderes - cerca de 250 “jovens líderes” são detectados a cada ano.
Criou a Fundação Schwab. Atuando em parceria com veículos da mídia, a Fundação premia num grande número de países o “empreendedor social do ano” e o faz beneficiar dos seus serviços.
É certo que os ultraliberais precisam fazer alguma coisa para disfarçar seu elitismo. Desenvolvem múltiplas iniciativas contra a fome no mundo( no entanto, exploram ao máximo estes mesmos Países de famintos), a pobreza ( que eles mesmo fomentam!), as desigualdades no acesso aos recursos informáticos( elitizado pelos mesmos que recebem seus fartos incentivos) e tecnológicos(usurpados dos países através da abertura de patentes), ou ainda em favor da educação(desde que não formem líderes avessos ao neoliberalismo e tampouco informem demasiado).
Faz bem para a consciência de vez em quando dar “esmolas”.
O Forum de 2009.
Em 2009, a Amazônia será o campo protagonista para o Forum Social Mundial.
De 27 de janeiro a 1° de fevereiro de 2009, a cidade de Belém abrigará o Fórum Social Mundial.
“Durante esses seis dias, a cidade assume o posto de centro da cidadania planetária e referência mundial no questionamento à desigualdade, à injustiça, à intolerância, à devastação ambiental e ao preconceito.”
E as inscrições já estão abertas. Faça a sua inscrição, clique aqui para mais detalhes.
Afinal, somos os que podem tornar este mundo não apenas justo, mas um de tal magnitude que se livre do paradigma que o homem é do verbo lucrar, seja pelo capital, seja pelo estado.
Passemos a construir o do ser, o ser humano que tem a honra e a primazia de ser, apenas isto, ser!
Afinal, um outro mundo é possível, ou não é?
Fonte:
Le Monde
Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul
Forum Social Mundialquinta-feira, 30 de outubro de 2008
Um Outro Mundo é Possível
Fórum Social Mundial, resposta ao Poderio Econômico.
Nos idos dos anos 60, o professor, Klaus Schwab, alemão, mas que mora na Suíça, após ler o “Desafio Americano”, decidiu responder com o que ele chamou “Desafio Europeu”
Fundou uma associação, a European Business Leaders (Líderes europeus do mundo dos negócios), e organizou um primeiro simpósio em 1971, financiado entre outros por Raymond Barre (1924-2007), ex-primeiro-ministro francês, então comissário europeu para as questões econômicas.
A meta inicial era de promover um modelo europeu de gestão de empresas. Claro que uma elite não?
E, não sei se por ironia ou se por estratégia, este simpósio transformou-se anos depois no famoso Fórum Econômico Mundial (FEM).
A sede, com rara exceção, é em Davos - Suíça.
Forum este bancado pela rica “ONG” EBL, hoje transformada na WEF(World Economic Fórum).
O WEF é a reunião anual entre executivos-chefes das corporações mais ricas do mundo, alguns líderes políticos nacionais(presidentes, primeiros ministros e outros), intelectuais e jornalistas seletos.
Este Forum tem status de consultor da ONU e é considerado o representante das ideologias dos países desenvolvidos.
Agora, para fazer o tal do “politicamente correto” passaram a convidar líderes dos que eles chamam(sic) “países emergentes”.
Putz, como se fossem imersos em tal pobreza que de repente passassem a emergir, e tornam-se alguma coisinha que vale a pena considerar.
Em 2001, a globalização era a ponta de lança do neoliberalismo e o Forum de Davos tinha esta marca.
E aí, isso era coisa para ficarmos quietos? Calados?
Nunquinha!
Contrapondo-se a posição ideológica, elitista, neoliberal dessa entidade, um evento pacífico,onde uma centena de militantes de organizações sindicais, estudantis e políticas, reúnem-se no Brasil.
Na cidade Porto Alegre, alem das manifestações populares, encontram-se diversas ONGS sociais.
Inicia-se, assim, o Fórum Social Mundial, e, na mesma data do Fórum Econômico.
O Brasil, mas especificamente Porto Alegre, atrai a atenção mundial como a nova capital do movimento contra a globalização.
O Fórum Social Mundial, criado em Porto Alegre, em 2001, como um contraponto popular ao restrito evento lá na Suíça é lembrada, no mundo todo, como o berço do Fórum Social Mundial.
E o que é o Fórum Social Mundial?
Reproduzo aqui, como que o próprio FSM se define:
“É um espaço de debate democrático de idéias, aprofundamento da reflexão, formulação de propostas, troca de experiências e articulação de movimentos sociais, redes, ONGS e outras organizações da sociedade civil que se opõem ao neoliberalismo e ao domínio do mundo pelo capital e por qualquer forma de imperialismo.
Após o primeiro encontro mundial, realizado em 2001, se configurou como um processo mundial permanente de busca e construção de alternativas às políticas neoliberais. Esta definição está na Carta de Princípios, principal documento do FSM.
O Fórum Social Mundial se caracteriza também pela pluralidade e pela diversidade, tendo um caráter não confessional, não governamental e não partidário. Ele se propõe a facilitar a articulação, de forma descentralizada e em rede, de entidades e movimentos engajados em ações concretas, do nível local ao internacional, pela construção de um outro mundo, mas não pretende ser uma instância representativa da sociedade civil mundial”.
Em contrapartida, o Fórum Econômico Mundial e a WEF (World Economic Forum) nome que hoje é conhecido a ex European Business Leaders, possui suas atividades, amplamente, dominadas pelos americanos e asiáticos.
É bom saber que esta Fundação que se diz “preocupada com o mundo” alem de organizar e bancar o FEM traz em seu currículo neoliberal o seguinte:
Organiza fóruns regionais na Índia, no Oriente Médio, na América Latina, na Turquia e na Rússia.
Por iniciativa da sua organização, homens de negócios árabes se reúnem uma vez por ano.
Empresas também se reúnem em margem da cúpula de Davos - e beneficiando da mais completa discrição -, distribuídas por setor de atividade. Existem atualmente 17 setores (automóvel, energia, etc.).
Reúne duas vezes por ano uma centena de dirigentes dos meios de comunicação (jornal, informática, internet,, etc.).
Criaram três “comunidades” :
As empresas de crescimento - sociedades internacionais cuja atividade vem crescendo em mais de 15% por ano, e cujo faturamento situa-se entre US$ 100 milhões (R$ 180 milhões) e US$ 2 bilhões (R$ 3,6 bilhões).
As pioneiras tecnológicas - sociedades selecionadas com incentivos financeiros
Os Jovens líderes - cerca de 250 “jovens líderes” são detectados a cada ano.
Criou a Fundação Schwab. Atuando em parceria com veículos da mídia, a Fundação premia num grande número de países o “empreendedor social do ano” e o faz beneficiar dos seus serviços.
É certo que os ultraliberais precisam fazer alguma coisa para disfarçar seu elitismo. Desenvolvem múltiplas iniciativas contra a fome no mundo( no entanto, exploram ao máximo estes mesmos Países de famintos), a pobreza ( que eles mesmo fomentam!), as desigualdades no acesso aos recursos informáticos( elitizado pelos mesmos que recebem seus fartos incentivos) e tecnológicos(usurpados dos países através da abertura de patentes), ou ainda em favor da educação(desde que não formem líderes avessos ao neoliberalismo e tampouco informem demasiado).
Faz bem para a consciência de vez em quando dar “esmolas”.
O Forum de 2009.
Em 2009, a Amazônia será o campo protagonista para o Forum Social Mundial.
De 27 de janeiro a 1° de fevereiro de 2009, a cidade de Belém abrigará o Fórum Social Mundial.
“Durante esses seis dias, a cidade assume o posto de centro da cidadania planetária e referência mundial no questionamento à desigualdade, à injustiça, à intolerância, à devastação ambiental e ao preconceito.”
E as inscrições já estão abertas. Faça a sua inscrição, clique aqui para mais detalhes.
Afinal, somos os que podem tornar este mundo não apenas justo, mas um de tal magnitude que se livre do paradigma que o homem é do verbo lucrar, seja pelo capital, seja pelo estado.
Passemos a construir o do ser, o ser humano que tem a honra e a primazia de ser, apenas isto, ser!
Afinal, um outro mundo é possível, ou não é?
Fonte:
Le Monde
Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul
Forum Social Mundial
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2 comentários:
O ser humano é sempre tão ou mais brilhante do que conseguimos imaginar, né?
torço, incansavelmente, para o sucesso do evento em Bélem. Como foi o de Porto Alegre!!
bjos querida!!
Maravilhoso Post!!
gestão social, marketing social, td que contribua para um mundo menos idiota que este, menos injusto, mais solidário, mais humano, mais poupado, menos perdulário.
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