sábado, 16 de janeiro de 2010

Zilda Arns se foi daqui, choro esta enorme perda!






Não foi apenas o nosso Brasil que perdeu com a morte desta grande mulher, ouso dizer que o mundo ficou órfão desta grande mãe das crianças pobres!
Na tragédia do Haiti, milhares de pessoas perderam suas vidas, meu coração se enche de pesar por tal sofrimento.
Porem a barbárie contra este povo antecede o terremoto.Este país cujo legado foi a miséria impingida pela corrupção, pela ganância e pelo enorme desprezo que a classe política e dos mais abastados nutria por seu povo. E que o mundo assistia mas não via! Ou não ligava.
É certo que as forças da paz lá estavam. E os brasileiros entre eles!
Os Haitianos se idenficavam conosco. Nossa alegria, nosso esporte, nosso futebol.
Alem do Exército Brasileiro que lá estava, havia dezenas de organizações como o Viva Rio, os voluntários que para lá levaram a capoeira, a música, a solidariedade. Todos carregaram nossa alma junto.
E é claro, entre estes que dão sua alma pelo amor ao outro, às crianças, estava nossa querida Dona Zilda Arns!
Médica pediatra e sanitarista, fundadora e coordenadora nacional da Pastoral da Criança.
Suas participações em eventos internacionais são diversas, da Angola a Indonésia, Estados Unidos e Europa, a levar a Pastoral da Criança para o mundo.
Um projeto que iniciou a partir de um projeto-piloto em Florestópolis, Paraná.
E Dona Zilda sempre à frente, sempre sorrindo, sempre levando o gesto de afeto, os braços de amor e de trabalho, muito trabalho.
Após vinte e cinco anos, a pastoral acompanhou 1 816 261 crianças menores de seis anos e 1 407 743 de famílias pobres em 4.060 municípios brasileiros e 42.314 comunidades..
Neste período, mais de 261 962 voluntários levaram solidariedade e conhecimento sobre saúde, nutrição, educação e cidadania para as comunidades mais pobres, criando condições para que elas se tornassem protagonistas de sua própria transformação social.
Como diz o poeta Tagore :
“A vida humana é frágil como a crina de um cavalo, pronta a partir-se a qualquer instante, quando penso nisso, meu coração se enche de pesar”
Dona Zilda, toda a nação Brasileira se enche de pesar com sua morte. E também todo brasileiro lhe é profundamente grato!
Nossos anjos que por aqui ficaram, todos aqueles que sua alma generosa cuidou e transformou lhe enviam amor e a certeza de que seu trabalho continua por aqui através das milhares de voluntárias que seu programa de amor formou.
Cuida de nós daí, Dona Zilda.
A morte não existe para mulheres de sua estirpe! Sua eternidade se faz no milagre da multiplicação porquanto cada voluntária lhe honra o amor dedicado aos nossos pequenos.
"Como os pássaros, que cuidam de seus filhos ao fazer um ninho no alto das árvores e nas montanhas, longe dos predadores, das ameaças e dos perigos e mais perto de Deus, devemos cuidar de nossos filhos como um bem sagrado, promover o respeito a seus direitos e protegê-los".
Parágrafo final da última palestra da Dra. Zilda Arns Neumann.
Aqui você pode saber mais sobre a Pastoral da Criança.
Haiti, 2010

O Haiti - Caetano Veloso



5 comentários:

Anônimo disse...

Ahhh como gostaria de ter o dom da palavra...
Mas vc já discursou tudo querida, como sempre muito lúcida e sensível.
já choreí muito , pela perda desta mulher maravilhosa, exemplo para o mundo, e de todas vidinhas que se foram nesta tragédia.
Mas vamos sequír em frente , com o exemplo dela como referencia, e continuar ...
Um longo suspiro....
Beijos para vc e Duca.
mineira

Andarilha das Estrelas disse...

Minha cara mineira, choro eu daqui, por tal tragédia. Pelo Haiti, por nós, por todo o mundo que é omisso aos miseráveis. Miseráveis estes fabricados pelo mesmo mundo que os ignoram!
E mais, como diz o Caetano em sua música: " O Haiti, é aqui!"
Tenho a impressão que o terremoto foi no Haiti, mas também sacudiu o mundo para a profunda miséria deste povo lindo!
Espero, sinceramente, que sim, que tenhamos esta consciência e humildade para rever nossas posições como humanidade!

Anônimo disse...

Concordo contigo .....
em tudo!
bjsss
mineira

Duca disse...

Uma perda enorme para a humanidade mas, particularmente, para todos aqueles que vivem de forma sub-humana e de que a fabulosa canção "Haiti", na voz desse maravilhoso Caetano Veloso, fala!
Zilda Arns não chorava, sorria. Zilda Arns não dizia, fazia!
Zilda Arns estava onde precisavam dela!
Conseguir em 20 anos o que ela conseguiu - e os números não mentem - é algo de grandioso!
Só uma alma de invulgar bondade e disponibilidade, dentro de uma mulher amorosa e de vontade firme, conseguiriam esta empreitada!
A minha esperança é de que as mulheres voluntárias da pastoral da criança sigam o seu extraordinário exemplo!
Bem haja minha Senhora! E que de onde está, continue a ajudar todos os que têm por missão de vida aplacar a injustiça social deste mundo tão cruel!

Andarilha das Estrelas disse...

Amor
Sim, assim era a Dra Zilda. E como voce mesma percebeu, todas as ruguinhas de seu rosto eram marcas de sorrisos.
Ela era a pura docilidade e alegria, levando sempre seu sorriso, uma alegria na vida dos necessitados.
Impressionante, nunca vi Dra Zilda séria! Sempre levando seu sorriso afavel, amoroso e confortador.
Beijos amada