quarta-feira, 24 de novembro de 2010

O Mito da Caverna

Há dias que penso em um tema e este processo me inclinava a escrever um post.
Mas, agorinha, me lembrei de alguem que há milhares de anos expressou sobre ilusão, condicionamento e a realidade de forma tão espetacular, abrangente e atual que resolvi não escrever, mas, apenas, evidencia-lo aqui.
O Mito da Caverna de Platão é, de fato, uma alegoria que por sua absoluta atualidade, representa o que vivemos dentro de um mundo tão condicionado que os que tentam, minimamente, romper os paradigmas, são execrados!
Passo aqui a colocar um resumo da história que originou o Mito da Caverna.
Se desejarem, no seu todo, leiam A República, aí bebam desta fonte e do incrivel diálogo entre Sócrates e Glauco; e é deste que faço o resuminho abaixo como se contasse uma história:
“Homens estavam presos em uma caverna, acorrentados de maneira tão firme que não podiam se mover o suficiente para virar suas cabeças, ou até mesmo seus olhos.
Tudo o que conseguiam ver era a parede da caverna à frente deles.
Eles ficaram lá por tanto tempo que aquilo era tudo o que podiam se lembrar; era tudo o que conheciam.
Eles podiam ver sombras na parede à frente deles, e ouvir alguns sons.
Pelo fato de aquilo ser tudo o que conheciam, eles pensavam que o que estavam vendo era a realidade.
Era tudo muito sombrio, mas eles estavam tão acostumados com isso que pensavam que era normal, e se sentiam, até, um pouco confortáveis com isso.
Finalmente, um dos prisioneiros consegue se libertar, e é capaz de olhar ao redor e ver que está em uma caverna. Ele também pode ver um pouco de luz vindo da direção da entrada. É preciso um longo tempo para seus olhos serem capazes de suportar a luz mas, quando ele vai até a entrada da caverna, consegue sair dela.
Passa e ver pessoas andando de um lado para o outro na estrada do lado de fora, e são as sombras delas que estão sendo projetadas na parede dentro da caverna.
Vê o mundo, a natureza e toma consciência.
Percebe que os prisioneiros, dentro da caverna, não podem ver que o que seus olhos vêem não é verdadeiro, o prisioneiro libertado volta e tenta dividir seu conhecimento com eles.
Eles estão tão acostumados ao seu modo de pensar que realmente não querem ouvir o que aquele que está liberto tem a dizer.
Na verdade, é bem o contrário, eles querem matá-lo.”
Qualquer semelhança com pessoas, fatos e o que vivemos como “normalidade” não é mera coincidência.
Livro: A República - Platão Ilustração: Encounter, 1944 - Litografia - Mauritus Cornelis Escher.

Um comentário:

Duca disse...

O que vivemos como "normalidade" não passa de uma ilusão, de um sonho que a maioria das vezes é um verdadeiro pesadelo. As questões que este Mito da Caverna se me colocam actualmente são duas:
- Quando vamos acordar?
- Será que queremos acordar ou vamos querer matar quem ou o que nos tenta fazer sair deste sono?
Este Mito da Caverna não é um mito é esta realidade irreal que vivemos.