quinta-feira, 19 de junho de 2008
Flor do Cerrado
Através das espumas Atlânticas
acolhida, leve, pelas areias.
Desnuda, bela, docemente, caminhas.
Qual flor do cerrado, distante das cinzas,
rompes a secura devastada pelas brasas.
Ressurges, fênix, com nobreza.
Produzes cintilar de cor, simples beleza.
Tal deslumbre delicado. Encantamento!
Curvas graciosa e gentilmente ao vento.
Levantas, vagarosa, intacta,
tocada de respeito à dádiva .
O encontro.
Eu, passante, andarilha tangida por sonhos,
a vagar, estonteante, desesperança.
Interrompo a jornada a ver bela e cortês dança.
Dadivosa, acolhedora, generosa, elegante.
Enfeitiçada, inclino-me.
Suavemente embriagada, envolvo-me.
Ternuras, cuidados, atrevimentos.
Delicadas ousadias descerro sensualidade,
brisa atravessada , abrasada, reconhecida.
Mirabilis dos desertos trazida.
A tua eira
deponho, africana, minh´alma apaixonada!
Para ti, Welwitschia, esta beleza de Luis Represas
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2 comentários:
Obrigada meu amor. Este poema que me dedicas é lindíssimo e tocou-me como só tu sabes.
Teres culminado o post com "Feiticeira" do Luís Represas é a prova do teu incrível bom gosto.
Na falta de inspiração, recorro a uma poetisa que me apresentaste: Lya Luft e à sua
CANÇÃO DO AMOR SERENO
Vem sem receio: eu te recebo
Como um dom dos deuses do deserto
Que decretaram minha trégua, e permitiram
Que o mel de teus olhos me invadisse.
Quero que o meu amor te faça livre,
Que meus dedos não te prendam
Mas contornem teu raro perfil
Como lábios tocam um anel sagrado.
Quero que o meu amor te seja enfeite
E conforto, porto de partida para a fundação
Do teu reino, em que a sombra
Seja abrigo e ilha.
Quero que o meu amor te seja leve
Como se dançasse numa praia uma menina.
A cada dia que passa maior é o meu amor por ti.
Beijo-te
Ora, querida, é teu, sempre!
este poema surgiu enquanto ouvíamos juntas Luis Represas.
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