domingo, 18 de maio de 2008

Carta Repúdio ao Senador Homofóbico


O Brasil está virando um curral de cordeiros úteis.

Úteis para os que querem poder e destilam seu ódio e arrivismos pseudo espirituais. Chegam ao poder manipulando e oportunizando lavagem cerebral nos que buscam acolhimento espiritual. Manipulam com a miséria, com o preconceito, distorcem as escrituras sagradas e ficam RICOS!!!! Enriquecem com a ingenuidade dos fiéis! E mais, usam o dinheiro público para cuspir seus ódios e sexualidade mal resolvidas.

Foi o que fez o Bispo evangélico e senador do Brasil (pobre país adormecido!) Crivela.

Coloco abaixo a carta repúdio feita por Marcelo Garcia Secretário Municipal de Assistência Social do Rio de janeiro.

Ontem no Senado Federal o Senador, que também é o bispo da Igreja Universal do Reino de Deus, Marcelo Crivella, pregava abertamente o direito à Homofobia. Pregava abertamente o direito das pessoas não gostarem de gays, lésbicas, travestis transexuais. Enquanto lutamos pelo direito da construção da igualdade o bispo Crivella diz: "as igrejas têm o direito de condenarem o homossexualismo".

É duro a gente ver que, em pleno 2008, um Senador da República que quer ser Prefeito do Rio, acha que as pessoas podem ter e exercer seus preconceitos e seus ódios contra o ser humano. Seria o mesmo que alguém pregasse que é um direito ter preconceito e ódio contra negros, mulheres, pessoas com deficiência...

O Bispo Marcelo Crivela coloca em suas palavras e ações no congresso o peso de um Senador da República contra a a diversidade. Ele apoia o ódio e o preconceito. Ele apóia que vivamos com medo. Ele prega a opressão. Um político que não constrói pontes entre as diferenças e diversidades não pode querer ser prefeito de uma cidade como a do Rio de Janeiro.

Somos plurais, somos agregadores, somos a síntese do Brasil.

Será que o o Bispo acha que as ações dos pitboys estão certas? Acho que bem lá no fundo ele deve achar.

Quando um gay é espancado apenas por ser gay o que o Bispo Crivella tem a dizer?

Cabe ao Congresso aprovar com muita urgência a Lei que combate á homofobia no Brasil. Isso é urgente. O congresso precisa dizer ao Brasil que Crivella em suas falas homofóbicas e preconceituosas não traduz o pensamento de nossos deputados e senadores.

Precisamos apoiar a construção da igualdade e não reafirmar as desigualdades e os preconceitos. Mas muito pior é um Senador dizer que a igreja tem o direito a ter preconceito. Isso faz mal só de ouvir. Mas o pior é que ele defende isso mesmo.

Não Senador. Não tem. Igreja é lugar de Paz e Amor e não de perseguição. Se na sua, onde o Senhor exerce seu Bispado, o conceito de igualdade não é presente, eu só posso lamentar. Pois é de lamentar que uma pessoa, ainda mais Senador da República, gaste seu tempo na Tribuna pregando o ódio e o preconceito. O Senhor não colabora com nada com o Brasil agindo desta forma. O Brasil precisa de gente que some, de políticos que entendam todas as suas diferenças e não de políticos que queiram impor apenas suas verdades e seus pensamentos carregados de ódio contra o ser humanos.

Senador, eu sou homossexual. E apenas porque amo outro homem eu mereço ser perseguido, espancado, morto? É isso mesmo senador? Eu mereço que sua igreja tenha o direti de me odiar?

Senador, o Senhor deve ler Clarice que diz: "Liberdade é pouco. O que eu quero ainda não tem nome". Não tenha em mim um inimigo apenas por amar um homem e não uma mulher. Vamos debater a construção de ódios. Quem sabe o senhor possa ter a humildade necessária de dizer ao Brasil que o senhor quer a paz e não o ódio.

Ainda dá tempo de mudar.

Marcelo Garcia, 38 anos, escritor e Secretário Municipal de Assistência Social do Rio de janeiro.

Rio de Janeiro, 16 de maio de 2008

*Esta carta é um manifesto a favor da vida. Se você quiser assinar, envie e-mail para: marcelo@marcelogarcia.com.br

2 comentários:

BF. disse...

Bato nesse tecla há anos...

“O Direito, produzido por um Estado laico¹, não deve nem pode render-se às pressões parciais de grupos conservadores de qualquer natureza que, não tendo nenhum interesse legítimo no assunto (…), atrevem-se a levantar bandeiras contra os avanços da sociedade democrática do novo milênio.” Fábio de Oliveira Vargas

¹) O Estado brasileiro, desde 1891, com a instituição da República, deixou de ser um Estado confessional, sendo, há mais de um século, laico. Ou seja, os poderes Executivo, Legislativo ou Judiciário, em todos os seus níveis, estão constitucionalmente – como contido nos artigos 5º, Inciso VI, e 19º, inciso I, da Carta Magna de 1988 – proibidos de professar, influenciar, ser influenciados, favorecer, prejudicar, financiar qualquer vertente religiosa, pois não existe religião oficial em nosso país. É este, entre outros, um dos fundamentos da República Federativa do Brasil. Gilberto Garcia/Observatório da Imprensa

O Estado Laico é cláusula pétrea (imutável) de nossa Constituição - também conhecida como Carta Magna.
Estamos esperando o que? Comissão de ética pra esse bispo mercenário, já!!

Ou vamos continuar assinando o atestado de que o Brasil é mesmo uma República de bananas.
.

Andarilha das Estrelas disse...

AO que me parece, as comissões de ética so são formadas quando há interesse político. E não por ser uma necessidade de estado.
MAs nós vamos caminhando, BF, fazendo nosso trabalho.De formiguinha é verdade, mas incansável.